POV Killian
A casa estava em silêncio quando entrei. Um silêncio diferente, não o peso habitual das paredes frias ou da minha própria solidão. Era quase... expectante, como se até a mansão respirasse mais devagar naquela noite.
Joguei a chave sobre o aparador, a gravata frouxa no pescoço. O gosto amargo do dia ainda queimava na boca, reuniões intermináveis, olhares de desconfiança, manchetes insuportáveis. Mas nada disso me consumia tanto quanto a cena que se repetia na minha mente: ela.
Amara.
Sentada no jardim, rindo de algo que aquele maldito jardineiro dissera. O sol iluminando seus cabelos ruivos, a barriga redonda em destaque. A imagem queimava, e a raiva que eu sentira mais cedo ainda latejava.
Mas agora, caminhando pelo corredor, notei uma luz acesa na biblioteca. E, quando empurrei a porta, lá estava ela.
Sentada à mesa de carvalho, a pele pálida contrastando com o vestido claro que usava, Amara folheava um livro grosso. O brilho da luminária refletia nas páginas, revelando