Ademir tocou seus lábios, ainda perfumados, e sentiu suas bochechas corarem.
"Agindo assim em plena luz do dia? Não é apropriado, não é?"
- Hmph!
Um resmungo frio ecoou de repente na porta.
Ademir ergueu o olhar e viu uma silhueta familiar se afastando, visivelmente irritada.
Assim que entrou no carro, pisou fundo no acelerador e desapareceu do campo de visão.
- Era a Beatriz? - Gabriela perguntou, com um sorriso intrigante.
- Parece que sim.
Ademir respondeu, ainda um pouco atordoado.
- Você não vai atrás dela para explicar?
Gabriela arqueou uma sobrancelha.
- Explicar o quê? Já estamos divorciados, e eu não fiz nada que a traísse. - Ademir respondeu, cheio de convicção.
- Bem, isso é verdade.
Gabriela riu.
Em seu íntimo, pensou: "Você já é meu homem, por que deveria explicar algo para outra mulher?"
Enquanto os dois conversavam, outro carro parou em frente à casa.
A porta se abriu e Joaquim, corpulento, entrou, olhando em volta.
- Não é o médico Joaquim? O que ele