Zeus se virou para os convidados presentes no salão e sorriu com um ar provocador:— Então eu não vou me conter. Já que hoje é o grande dia da Srta. Ribeiro, vamos fazer algo mais interessante. Se você perder, que tal escolher um dos presentes que recebeu hoje e entregá-lo para a Srta. Maya?Assim que ele terminou de falar, os convidados prenderam a respiração em uníssono. Todos sabiam que os presentes que Diya havia recebido naquela noite eram de altíssimo valor, sendo o mais barato avaliado em pelo menos cinco milhões. Ninguém sabia quem exatamente era Maya, mas se ela ganhasse, certamente sairia dali com um prêmio grandioso.— Está bem. — Respondeu Diya sem hesitar.Ela sabia que uma competição sempre teria um vencedor e um perdedor. Por isso, já estava mentalmente preparada para a possibilidade de perder. No entanto, ela não parecia minimamente preocupada. Antes mesmo de Zeus terminar de falar, Diya já havia decidido qual presente entregaria caso perdesse.Diante de todos, Diya erg
As mãos de Maya eram habilidosas. Sob seus movimentos precisos, o violino emitia um som suave e encantador, que preenchia todo o salão.Nos bastidores, enquanto ajustava os últimos detalhes de sua apresentação, Diya não demonstrava sequer um traço de nervosismo. Pelo contrário, ela observava Maya no palco com um sorriso calmo, quase como se estivesse fascinada pela melodia que ouvia.Chris, que estava escondido nos bastidores acompanhando tudo, não conseguia acreditar no que via. Ele se aproximou de Diya, tocando de leve em seu ombro para chamar sua atenção, e perguntou:— Diya, você não vai competir com a Maya? Como é que não sinto nenhum sinal de tensão vindo de você?Ele não podia deixar de pensar no que estava em jogo: o Gelo Imperial Verde, uma peça avaliada entre um e dois bilhões. Era um tesouro de valor inestimável, muito mais caro do que o anel que Cessar havia presenteado. Como Diya podia apostar algo assim sem parecer minimamente preocupada?Diya apenas deu de ombros e respo
Assim que Diya terminou de falar, uma onda de gritos e exclamações tomou conta do salão. O violino, conhecido como um dos instrumentos mais desafiadores de se tocar, era também um dos três grandes da música clássica mundial.Por ser um instrumento capaz de apresentações solo, a riqueza e beleza do som que ele pode emitir dependem inteiramente da habilidade do violinista. E, justamente por isso, cada uma das quatro cordas de um violino é essencial para a execução de qualquer música.No entanto, Diya havia acabado de anunciar que tocaria para todos com um violino que tinha uma corda quebrada!No meio da plateia, as pessoas começaram a cochichar, cheias de dúvidas e curiosidade.— Será que Diya realmente consegue tocar com uma corda a menos? — Perguntou alguém, intrigado. — Como ela pode parecer tão confiante?Outro, porém, deu uma risada sarcástica:— Nem mesmo os violinistas mais famosos do mundo se arriscariam a fazer algo assim na frente do público. Ela acha que é melhor que os grande
Na verdade, Diya sempre desprezou a necessidade de provar suas habilidades para os outros. Ela acreditava que um verdadeiro forte se destacava por si só, sem precisar de reconhecimento ou elogios irrelevantes. O que ela sabia fazer não precisava ser exposto para que todos soubessem. No entanto, Maya havia ultrapassado os limites, obrigando-a a mostrar do que era capaz.Diya não se importava com a competição, mas jamais permitiria que alguém pensasse que ela era incapaz. No entanto, o que ela não sabia era que Zeus havia assistido à sua apresentação do início ao fim, com os olhos fixos nela. Ele não entendia nada sobre violino, mas o talento de Diya era tão evidente que mesmo um leigo como ele não pôde deixar de se impressionar. A técnica impecável dela e a beleza da música o deixaram completamente fascinado.“Diya, oh Diya, quantas surpresas você ainda guarda? Eu fico cada vez mais curioso sobre você.” Pensou Zeus, enquanto um leve sorriso surgia em seus lábios.Entre os espectadores,
— Maya é minha aluna. Ela ainda é jovem e acabou de voltar do exterior, então não entende muito sobre os costumes locais. Peço a todos que não levem isso tão a sério. — Explicou Nelson, tentando suavizar a situação.No entanto, o público não parecia disposto a aceitar a justificativa:— Não saber as regras é desculpa para ela se comportar assim diante da Srta. Ribeiro? De jeito nenhum! Hoje ela tem que tirar esse vestido!A determinação dos presentes era evidente, e Nelson franziu a testa, claramente aborrecido. Contudo, ele manteve a calma e insistiu:— É verdade que Maya perdeu a competição, mas fazer uma jovem tirar a roupa na frente de tanta gente... Isso não seria um pouco exagerado? E se isso prejudicar a reputação dela, quem vai assumir a responsabilidade?As palavras de Nelson, ditas com seriedade, fizeram sentido. O salão caiu em silêncio por alguns instantes.— Sei que todos aqui não estão tentando humilhá-la de propósito. Estão apenas indignados porque ela desrespeitou a Srt
Diya olhou para Maya com um sorriso irônico. Maya era rápida. No exato momento em que Diya estava prestes a colher os frutos de sua boa reputação, Maya se aproximou com um espetáculo de falsa humildade, fingindo ser uma jovem inexperiente e, logo em seguida, tentando criar laços de proximidade com ela. Tudo isso claramente para ganhar pontos com o público.Se fosse em outra ocasião, Diya teria simplesmente acenado com a cabeça e deixado passar. Mas agora, diante da insistência e descaramento crescentes de Maya, Diya não estava disposta a ceder.Embora seu rosto continuasse adornado com um sorriso, havia algo na expressão de Diya que transmitia uma frieza cortante. O silêncio dela deixou o ambiente carregado de tensão, e Maya, percebendo o desconforto, começou a falar coisas aleatórias, tentando amenizar o clima.Nelson, percebendo a situação, decidiu intervir com um tom descontraído. Ele lançou uma provocação leve que quebrou o gelo:— Maya, acho que você está exagerando. Como assim se
Do outro lado da linha, Diya franziu as sobrancelhas:— Você voltou do exterior há tão pouco tempo, como já começou a trabalhar?Diya pensava que Nelson, depois de tantos anos fora, iria passar mais tempo com Mestre Santos antes de se jogar no trabalho. Mas, pelo visto, ele era mais rápido do que ela imaginava.Nelson suspirou, fingindo resignação:— Não tive escolha... A oferta chegou, e o reitor pediu que eu me apresentasse logo. Eu tinha que ir, não é?Diante do tom zombeteiro de Nelson, Diya não conseguiu evitar um sorriso e deu uma leve torcida nos lábios. Se fosse outra pessoa, um típico profissional voltando do exterior e se curvando às exigências de um emprego, ela até entenderia. Mas era Nelson.Nelson, que havia contribuído tanto para o crescimento da família Santos, jamais estaria em uma posição de precisar de dinheiro.— Sério, irmão, você é do tipo que precisa de um emprego para pagar as contas? Vamos lá, me diga, qual é a verdadeira razão para isso? — Disse Diya.Diya e N
Diya abaixou o vidro do carro e viu um rosto surpreendentemente afável. Era difícil acreditar que aquele homem era o mesmo segurança que, na época em que ela era estudante, era tão ríspido e fazia de tudo para impedir que ela saísse pelos portões da universidade.— O Dr. Nelson já me avisou que você viria hoje. Pode entrar. — Disse o segurança, sorrindo.O portão eletrônico abriu, e Diya dirigiu para dentro do campus. O dia não colaborava muito com ela, pois Nelson estava em uma reunião. Depois de perguntar onde ele estava, Diya, levando em consideração as dificuldades que ele tinha com a mobilidade, decidiu ir até ele por conta própria.No décimo terceiro andar do prédio principal, na sala de reuniões, todos os professores do departamento de música da Universidade Armano estavam reunidos. Sob a liderança do vice-reitor, Dr. Noah, o encontro havia começado.Talvez por ser um andar raramente frequentado por alunos, a porta da sala estava apenas encostada, de forma um tanto displicente.