Eunice ficou paralisada, seu rosto demonstrava claramente uma certa aflição:
— Por que você está perguntando isso?
— Eu não posso perguntar? — Vitória, ao perceber que havia algo estranho, continuou. — Mãe, você está me escondendo alguma coisa?
— Eu não estou escondendo nada de você. — Eunice, visivelmente desconfortável, respondeu de forma evasiva. — Eu só perdi um pouco nas cartas. Só perdi mais nessas duas últimas vezes.
— É mesmo? — Vitória parecia cética.
— É verdade! — Eunice, já irritada, aumentou o tom de voz. — O que você está dizendo? Está me interrogando agora? Eu não posso nem jogar cartas em paz?
— Não... — Vitória, com dor de cabeça, levantou a mão em um gesto de cansaço. — Se não tem mais nada, tudo bem, mas da próxima vez, fale a verdade para o papai.
Vitória refletiu por um momento e então fez um aviso:
— Você sabe, né? O papai só tem olhos para a Karina e o Catarino agora. Mãe, por favor, não arrume mais confusão, senão ele vai ficar cada vez mais distante