Quando Karina abriu a porta e viu Ademir, ficou paralisada por um momento.
Era ele.
Que coincidência, ele veio por conta própria hoje.
— Karina.
Ademir não se apressou em entregar a marmita, e com os olhos profundos, olhou para ela com seriedade.
Era como se um gato tivesse avistado um peixe...
— A neve está muito forte hoje.
— Sim. — Karina respondeu um pouco devagar, assentindo. — Daqui a pouco, quando sair, dirija com cuidado...
— Tá bom.
Ademir ainda não havia entregado a ela a marmita, mas deu a volta nela, caminhando diretamente para dentro.
Parou diante do armário de sapatos, ficou ali por um segundo.
Então, perguntou:
— Meus chinelos ainda estão aqui?
Karina não sabia como responder, na verdade, os chinelos dele já não estavam mais ali.
— Entendi. — Ademir deu um sorriso de canto e, tirando os sapatos, foi caminhando com as meias para dentro. — Estão pesados, vou colocar tudo no lugar e já vou embora.
— Ah, obrigada.
Karina o seguiu para dentro, observando ele tirar todos os pr