— Me ligue quando acabar, e se eu terminar mais cedo, também te ligo.
Karina não hesitou em aceitar, dizendo apenas:
— Vá logo.
Ela sabia muito bem que Ademir não iria diretamente para o trabalho. Daqui a pouco, ele faria uma parada no setor de cirurgia.
— Está bem...
— Karina! — A porta do setor de enfermaria foi aberta de repente, e uma voz feminina, aguda e estridente cortou o ar, penetrante e afiada.
Karina levantou os olhos e viu Eunice entrando com passos furiosos, o semblante carregado de raiva.
Karina franziu a testa.
"O que será que a Eunice está fazendo aqui?"
— Você tem algum problema?
— O que está fingindo? Não sabe por que estou aqui? Você não tem vergonha? — Eunice estava possuída pela raiva. — A casa na Rua de Francisco Antônio, e o dinheiro! Me devolva agora! Como você teve coragem de ficar com isso? Aquilo é meu, é da Vitória!
Karina entendeu imediatamente: Eunice veio por causa disso. Mas, a pergunta era... Quem estava de fato com vergonha aqui?
Karina soltou um sor