Ademir segurava a colher e a aproximava dos lábios de Karina.
Parecia tão atencioso.
No entanto, Karina não conseguia evitar a lembrança de uma cena que presenciou mais cedo naquele dia, no quarto de hospital.
Naquele momento, Ademir também alimentava Vitória dessa maneira...
Seu coração se apertou com uma dor aguda, e Karina franziu ligeiramente a testa:
— Não precisa...
— Karina. — O homem apertou os olhos, visivelmente um pouco irritado.
— Eu só quero dizer que posso fazer isso sozinha. — Temendo desagradar Ademir, Karina deixou a toalha de lado e pegou a tigela. — Já terminei de secar o cabelo, vou beber sozinha.
Ela tinha mãos e pés, não era Vitória.
Dito isso, ela deu um gole na sopa.
Ao vê-la beber sozinha, a expressão de Ademir, que estava tensa, foi se suavizando lentamente.
— Como está o sabor? Está bom?
Karina respondeu com uma voz indiferente:
— Está... Aceitável.
Parecia que Karina não estava muito impressionada com a sopa.
— Não gostou?
— O sabor é aceitável. — Karina fez