Ademir, com os olhos fixos, viu a flor que Karina havia comprado. A foto na lápide mostrava uma mulher muito jovem. Seus traços lembravam um pouco os de Karina. Ao olhar para baixo, ele leu as palavras gravadas na pedra: “Mãe, Heloísa...”
Mãe.
Ademir esboçou um sorriso frio, e uma onda de gelo subiu de seus pés até o coração. O que mais ele precisaria entender? Karina estava visitando o túmulo de sua mãe!
Ele a encarou intensamente e, com a voz baixa, perguntou:
— Então, essa é a tal “anciana” que você mencionou?
Karina fechou os olhos por um momento e, com a voz suave, respondeu:
— Ela é minha mãe. Hoje é o aniversário de sua morte.
— Agora você finalmente vai contar a verdade?
Ademir explodiu, gritando com a fúria de quem não conseguia mais controlar suas emoções. Seu rosto estava pálido de raiva enquanto ele andava de um lado para o outro, incapaz de se acalmar.
— Eu sou um idiota! Karina, o que você pensa de mim, afinal?
Karina manteve a cabeça baixa, em silêncio.
— Karina, eu sou