Ademir encarou o belo rosto dela, com a voz um pouco rouca:
— Por quê? Você não queria comer?
Embora o tempo juntos não tivesse sido longo, ele a conhecia. Karina não era exatamente uma pessoa que amava petiscos. Se ela tinha ido especificamente a uma loja de lanches, era porque realmente queria algo.
O fato de Karina ter recusado só podia significar que estava chateada, não?
Era compreensível ela estar zangada, afinal, ela havia sido injustiçada.
De repente, uma dor invadiu o peito de Ademir. Com um tom gentil, ele perguntou:
— Ainda está chateada? Naquela hora eu não disse que dividiríamos? Por que você não quis?
Karina ficou surpresa, arregalou os olhos e falou, irritada:
— Você disse isso de propósito? O bolo de creme fui eu que quis comprar primeiro. Aí vocês aparecem e querem levar metade? Eu ainda tenho que agradecer e aceitar a generosidade de vocês?
O quê?
Ademir ficou atônito, o rosto endurecendo. Ele respondeu, com certa hesitação:
— Eu não sabia que vo