Túlio não disse nada. Se levantou e foi até a sala, ligando o som. Era uma música de dança.
Ele voltou, com a palma da mão voltada para cima, estendendo o braço em direção a Karina.
— Posso? — Era um convite para dançar. — Não acabou de comer? Perfeito, vamos dançar para ajudar na digestão.
Karina arqueou as sobrancelhas e colocou a mão na dele.
— Está bem.
Com um leve puxão, Túlio a fez levantar. Ele segurou Karina pela mão e a conduziu até a sala.
Eram colegas de longa data. A primeira dança que compartilharam foi no auditório da escola.
Naquela época, as festas escolares eram bem simples, mas na juventude isso não parecia importar.
Agora, ao relembrar, a simplicidade já não era algo que vinha à memória. O que permanecia eram as expectativas e alegrias irreproduzíveis daquele tempo.
Embora muitos anos tivessem se passado desde que dançaram juntos, com o ritmo da música, os dois se moviam em perfeita harmonia.
Karina, guiada por Túlio, alternava entre passos que deslizavam pelo chão e