No escuro, Patrícia abriu os olhos de repente.
Instintivamente, tentou se desvencilhar de Filipe:
— Filipe, o que você está fazendo? Você não tem o mínimo de respeito por mim?
Deixar Filipe ficar ali já havia sido algo forçado.
Mas será que ele não tinha ouvido o que ela havia dito antes? Será que ele não admitia o que tinha feito?
— Patrícia. — Filipe não a soltou. Pelo contrário, a apertou ainda mais em seus braços. Sua voz soava embargada. — Me deixe te abraçar por um momento, só por um momento.
Filipe sabia muito bem que sua permanência ali era por causa da sogra. Depois daquela noite, o futuro ainda era incerto. Patrícia não queria mais continuar com ele, e, só de pensar nisso, Filipe sentia uma dor insuportável.
Filipe segurou o braço de Patrícia, o apertando suavemente.
— Patrícia, eu não quero me separar de você, não quero.
Patrícia suspirou.
— Filipe, você não pode querer as duas coisas ao mesmo tempo.
O corpo de Filipe, que a abraçava, estremeceu por um instante