Antes de responder, Patrícia fez um esforço para engolir tudo o que estava na boca:
— Não é que eu não tenha gostado. Com tantos negócios na sua família, é natural que haja muitas regras.
— Que "sua família"? — Filipe respondeu, insatisfeito. — Nós somos uma família.
Uma família?
Patrícia queria dizer que ela era apenas uma mulher, que nunca seria considerada realmente parte da família. Mas, se dissesse isso, ele começaria a argumentar, e ela já estava cansada demais para discutir. Era melhor focar em comer.
Logo, Filipe percebeu que, naquela noite, ela tinha um apetite especialmente bom.
— Quero mais uma comida. — Em pouco tempo, Patrícia levantou o prato vazio, com um sorriso, e pediu que ele servisse mais.
— Não, já chega. — Filipe segurou o prato dela. — Comer demais não faz bem para a digestão.
— Mas estou com fome, ainda não estou satisfeita.
A expressão de Patrícia, tão cheia de uma leve tristeza, fez com que ele não conseguisse recusar.
— Está bem, mas só mais um pouco. N