Ao redor, tudo estava em silêncio.
Karina se aproximou e se ajoelhou ao lado de Ademir.
— Está pesada, não é? Leve ela para dormir ali no canto.
Já haviam pensado que talvez Joyce precisasse descansar, por isso havia uma sala de repouso ao lado do velório. Para um bebê, dormir ali não seria problema algum.
— Não tem problema, quero segurá-la mais um pouco.
Ademir balançou a cabeça. Quantas vezes mais ele ainda poderia abraçá-la?
Ele não tinha coragem de soltá-la, e Karina não insistiu mais.
Pegou uma manta e a cobriu cuidadosamente sobre Joyce.
— Ademir. — Encostada a ele, Karina falou baixinho. — Agora não tem mais ninguém por perto. Se você estiver muito triste e quiser conversar comigo... Ou, se quiser fazer qualquer outra coisa, tudo bem.
Como, por exemplo, chorar.
O dia inteiro havia passado e ela ainda não o viu derramar uma única lágrima.
Mesmo que existissem diferenças entre homens e mulheres, Karina acreditava que, em momentos como este, os sentimentos eram os mesmos.
Ademir f