— Claro que sim. — Disse Eunice, com um suspiro de resignação. — Nesse mundo, qual pai biológico trataria o próprio filho daquele jeito? Você acha mesmo que toda a culpa é minha?
Não, não era...
Karina sabia que não era.
Muito antes de Eunice, ela já tinha sentido isso.
Comparado à mãe, o amor que recebia do pai era sempre tão escasso.
Por isso existia aquela frase: “Pais se amam de verdade, os filhos são apenas um acidente.”
Será que... Era essa a verdade desde o começo?
Ao seu redor, ainda ecoava a voz de Eunice:
— Você não pode me culpar, nem pode culpar seu pai. Se quiser culpar alguém, então culpe a Heloísa, culpe a sua mãe. Qual homem seria capaz de suportar ver a mulher que ama com outro e ainda criar os filhos de outro homem?
Mas o que passava pela cabeça de Karina... Era que, talvez, aquilo fosse só uma parte de tudo.
Se o que Eunice dizia era verdade...
Se, de fato, Heloísa teve esse tipo de atitude no passado...
Então o modo como Lucas tratou ela e o irmão ao longo daqueles