Após terminar de falar, Ademir segurou o rosto dela com as mãos e se inclinou para beijá-la.
Karina fechou os olhos, aceitando o beijo.
Era um beijo de amor mútuo, que deveria ser doce e belo.
No entanto, veio em um momento inoportuno.
As palmas das mãos de Ademir logo ficaram molhadas.
Eram as lágrimas de Karina.
Ele também estava sofrendo, e as lágrimas dos dois escorriam juntas.
Desamparo e tristeza...
— Que tolice. — Ademir passou os dedos pelos cantos dos olhos e pelas bochechas dela. — Por que está chorando?
— Você é que é tolo. — Karina chorava, parecendo reclamar. — Naquela época, por que você não veio pessoalmente?
— Eu também queria.
— Mas naquela época, eu não conseguia ver, não era conveniente, fui tratar dos olhos.
Se pudesse voltar atrás, Ademir preferiria nunca ter permitido que Júlio voltasse, nunca devia ter enviado aquele grampo de cabelo e o bilhete, pelo menos assim ele não teria causado confusão.
— E ainda diz que eu sou tolo? — Ademir apertou o nariz dela. — Você