António estava parado na porta, olhando para as pessoas tão familiares lá dentro. Mesmo que tinha sido apenas cerca de duas semanas desde a última vez que a viu, ele sentia como se tivesse se passado muito tempo. Os seguranças saíram primeiro, ficando do lado de fora. António entrou, e a pressão no ambiente diminuiu.
- Eu pensei que tivesse deixado bem claro.
Francisca foi a primeira a falar.
António se aproximou dela, com a luz às suas costas, impossibilitando que ela visse sua expressão. Ele não disse nada, apenas olhava fixamente para Francisca, sem desviar o olhar nem por um momento. Francisca não estava acostumada com esse tipo de olhar e recuou um passo.
- O dinheiro, o Dr. Melo já te deu, certo? Nós terminamos.
António ainda não havia dito uma palavra, seus olhos profundos refletindo apenas a imagem dela. Ele levantou a mão lentamente, mas antes que pudesse colocá-la sobre o ombro de Francisca, ela recuou alguns passos, evitando o contato. Francisca respirou fundo:
- O que você