A porta do escritório não estava fechada. Mariane deu duas batidas leves e empurrou a porta para entrar.
Um forte cheiro de tabaco atingiu seu rosto.
Ela tossiu duas vezes assim que entrou. O escritório estava totalmente escuro, e o lugar em que ela permanecia de pé perto da porta era o único ponto iluminado.
Vinicius estava sentado no sofá, inclinado para a frente, com uma expressão sombria e olhos cheios de melancolia. Ele batia as cinzas do cigarro no cinzeiro de cristal.
Ao ouvir o barulho, ele lançou um olhar rápido para ela.
- Saia daqui. - Disse ele.
Mariane não se moveu e disse:
- A vovó me pediu para vir ver você.
- Já viu, agora pode sair. - Respondeu Vinicius.
Mariane respirou fundo.
Ela entrou, colocou o kit de primeiros-socorros na mesinha de centro e começou a abri-la metodicamente.
O homem soltou uma baforada de fumaça e a observou com os olhos semicerrados.
- Você pensou bem, achou que ainda sou útil e voltou para representar o papel de uma pessoa sofredora e carente, s