Sim, foi ele quem matou Lúcia. O amor de Sílvio era pesado demais, sufocante demais. E esse peso acabou por destruí-la.
— Sílvio, eu te dei uma chance, e você a desperdiçou. Você e Lúcia... acabaram para sempre. — Foi o que Basílio disse antes de ir embora.
Sílvio permaneceu parado no vento frio, refletindo. Ele não podia negar que Basílio estava certo. Ele havia perdido sua última chance, e Lúcia se fora para sempre.
A mulher que ele chegou a desejar que morresse, agora realmente estava morta. Mas, ao invés de satisfação, o que sentia era um vazio insuportável.
Uma hora depois, o processo de cremação havia terminado. Lúcia não era mais do que cinzas. Sílvio escolheu uma urna cor-de-rosa, a cor favorita dela. Ele observou enquanto os funcionários do crematório, com destreza e indiferença, usavam um martelo pesado para esmagar os ossos restantes até que se transformassem em pó branco. Uma pessoa viva, cheia de vida, agora cabia em uma pequena urna.
— Na última noite de Natal, a Sra. Lúc