— Seu pai acabou de sair do hospital e você já está me desobedecendo? O que foi? Agora que ele está fora de perigo, vocês acham que não precisam mais da minha ajuda?
Mais uma ameaça! Lúcia encarou o homem à sua frente sem desviar o olhar. Ele era incrivelmente atraente, com feições perfeitas e lábios de contorno impecável. Como alguém com uma aparência tão bela podia dizer palavras tão frias e cruéis?
Depois de tantos anos juntos, apesar de tudo, eles não deveriam ser inimigos, mesmo sem amor envolvido.
— Lúcia, me beija. A menos que você queira que seu pai morra na noite de Natal. — Sílvio rosnou, impiedoso.
Era irônico. Antes, ela se agarrava a ele, ansiosa por um beijo. Agora, ele precisava recorrer a ameaças para conseguir um mínimo de intimidade.
Abelardo parecia ser o ponto fraco de Lúcia.
Assim que ele pronunciou aquelas palavras, Lúcia hesitou por apenas meio segundo antes de envolver o pescoço dele com os braços e se aproximar, oferecendo seus lábios.
Os lábios de Lúcia ainda