Sílvio dirigia em silêncio, e ao perceber pelo canto do olho que ela estava com frio, ligou o aquecedor, ajustando o fluxo de ar quente na direção de Lúcia.
A brisa morna começou a invadir seus dedos antes dormentes e seu corpo rígido, e Lúcia, aos poucos, recuperou seus pensamentos.
Quando chegaram ao apartamento, Lúcia foi direta ao ponto:
— Você pode voltar a medicar meu pai?
A expressão de Sílvio se endureceu. Agora, tudo o que restava entre eles era Abelardo? Mas antes, quando estavam juntos, tinham tantos assuntos para conversar. Agora, só sabiam brigar.
Lúcia percebeu a mudança na expressão dele e, achando que ele estava relutante, falou com um tom ansioso:
— Arthur disse que se ele não receber o medicamento hoje à noite, ele vai morrer! Sílvio, eu já pedi desculpas, já entrei no carro como você quis. O que mais você quer de mim?
Ela agarrou o casaco dele, cerrando os dentes. Ver como ela o tratava, como se ele fosse o inimigo, fazia a raiva crescer dentro de Sílvio. Ele pediu