- Já notifiquei os familiares do paciente. Eles estão a caminho.
- Que venham logo buscar o corpo, para não obstruir o caminho.
Dois profissionais de saúde uniformizados e mascarados conversavam em voz baixa, como se a morte de alguém no hospital fosse a coisa mais normal do mundo.
Lúcia virou o rosto, seu olhar fixo na maca coberta por um lençol branco.
O tamanho do corpo era semelhante ao de Abelardo.
Abelardo tinha ficado no quarto 1502, ela mesma havia feito a internação, não havia como se enganar.
Sílvio não mentiu para ela! Seu pai estava realmente morto, realmente morto.
Lágrimas grossas caíram, molhando o lençol da maca.
Os dois profissionais de saúde notaram a reação de Lúcia e olharam para ela com sobrancelhas franzidas:
- Você é parente do paciente?
Lúcia assentiu.
- Então leve o paciente embora o mais rápido possível e não se esqueça de pagar as contas médicas. Ele deixou uma dívida considerável. - Um dos profissionais disse, antes de se dirigir a outro quarto com seu co