Isso era algo que Sílvio certamente faria.
— Se você não chegar em casa em dez minutos, arque com as consequências!
Mais uma ameaça.
Lúcia não queria mais ouvir, e desligou o telefone abruptamente.
Na hora em que mais precisava de sua ajuda, ele a ignorou, a ridicularizou, a manipulou, mas não estendeu a mão para ajudá-la.
Ela não queria mais lidar com ele, nem brigar.
Voltando para a churrascaria, sentou-se novamente e olhou para o prato de carne e linguiça que ainda não havia terminado. Perdeu completamente o apetite.
— Aconteceu alguma coisa? — Basílio, com a elegância de um cavalheiro, perguntou com um sorriso discreto nos lábios e uma voz grave e melodiosa.
Lúcia sufocou seu desespero, sorriu e balançou a cabeça:
— Nada demais, só um telefonema de um golpista. Hoje em dia, esses golpistas estão cada vez mais audaciosos. Me exaltei um pouco e discuti com ele.
Basílio parecia entender, mas não disse nada.
Ela mudou de assunto:
— Sr. Basílio, de qualquer forma, muito obrigada pela aj