Lúcia falava sem parar, mas ele não dava a mínima.
Era mesmo ridículo, ela ainda esperava que ele tivesse alguma compaixão por ela.
Um homem que mandou Olga matá-la, um marido que desejava a morte da própria esposa, como poderia ter qualquer sentimento de piedade?
Lúcia enxugou as lágrimas, decidida:
— Eu já disse, ou você aceita o que eu estou pedindo, ou eu vou ficar te seguindo, te atormentando. Se tem coragem, então me mate de uma vez.
— Você perdeu a vergonha na cara?
— Eu não preciso mais de vergonha. A partir de hoje, eu vou morar aqui.
À noite, depois de tomar banho, Lúcia secou o cabelo e abriu a porta do quarto.
Sílvio, vestindo um robe de seda cinza, estava deitado na cama lendo um livro.
Ao ouvir os passos, ele levantou os olhos e viu Lúcia entrar, fechando o livro com um estalo:
— Quem te deixou entrar? Sai daqui!
Lúcia ignorou, com o rosto inexpressivo, caminhou até a cama, levantou o cobertor e sentou-se na beirada:
— Nós ainda não nos divorciamos, então, claro que va