Ela ficou em silêncio, o ambiente pesado, e eu não conseguia ficar parado. A droga queimava tudo por dentro, consumindo meus pensamentos, me fazendo querer fugir, sair dali. Mas, sempre que eu olhava para a cama e via ela ali, algo me prendia. Era como se tudo que eu queria fizesse sentido e ao mesmo tempo não fizesse. Só então, como se em um movimento automático, me aproximei da cama, me sentei do outro lado, o suficiente para não ficar perto dela. Me deitei com certa raiva de mim mesmo, tentando encontrar algum alívio. A chuva e os trovões lá fora pareciam intensificar o turbilhão em minha mente, e a claridade dos relâmpagos fazia o céu parecer pulsar com uma energia quase elétrica. Era o caos lá fora, mas aqui, em meu quarto, parecia que o tempo tinha congelado. O silêncio se estendeu por um bom tempo até que, finalmente, a ouvi dormir. A respiração dela agora mais calma, o peito subindo e descendo de maneira suave. Fui até ela, lentamente, e puxei o edredom que cobria seu rosto. E