44. Perseguição
Emir Aksoy
Eu sabia que Juana me amava, e por um tempo, eu também pensei que a amava. Porém, algo mudou. Não queria magoá-la, de forma alguma. Não queria ver a dor em seus olhos. Mas, ao mesmo tempo, não podia ignorar o que estava acontecendo.
"Juana..." eu chamei, correndo atrás dela. Ela estava fora do galpão, fumando um cigarro e olhando para o horizonte.
"Você é um idiota," ela disse, sem olhar para mim. "Se apaixonou pela primeira mulher que apareceu."
Eu balancei a cabeça, frustrado.
"Não estou apaixonado por ninguém, sabe que não tenho coração, Juana."
Ela riu, um som amargo e triste.
"Você está com os quatro pneus arriados por essa tal Valentina, só de olhar para sua cara a gente vê o quanto essa mulher enfeitiçou você."
Eu fiquei em silêncio, sem saber o que dizer. Era verdade? Eu estava apaixonado por Valentina? A ideia parecia absurda, mas ao mesmo tempo, não conseguia negar que algo dentro de mim havia mudado desde que a conheci. Mesmo eu não querendo isso.
"Era pra eu ser