*Rafael narrando*
Já fazia uma semana desde a ligação da amiga dela. Flávia estava mais tensa, mais alerta — e com razão. Eu também sentia aquela presença maldita pairando sobre nós como uma névoa invisível. Mas ele continuava se escondendo, como o covarde que sempre foi. Ameaçava pelas sombras, pelas mensagens. Típico de alguém como ele. E o que mais me revolta... é que ele me lembra alguém. Alguém que eu preferia apagar da memória. Mas não tem como. Não quando carrego esse passado escuro comigo todos os dias. Prometi pra mim mesmo, diante daquele túmulo, que um dia contaria tudo pra Flávia. Mas até agora não consegui. Me sinto um covarde cada vez que olho nos olhos dela e minto por omissão. Sei que ela desconfia que guardo um grande segredo dela. Vi quando ela saiu do sótão com as meninas aquele dia. E ouvi quando pediu que el