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Margot me observa em silêncio, os braços cruzados sobre o peito e a postura firme de quem já enfrentou muita coisa. Enry me contou rapidamente que o bruxo a sequestrou para usar o seu poder em benefício próprio. Não quero imaginar o que significou para ela ter seu poder usado contra inocentes, para alimentar a ambição de Handall. Seus olhos azuis tem um brilho divertido e curioso ao mesmo tempo, enquanto me analisa.
— Então você brincar com o tempo — diz, finalmente. Sua voz é suave, mas há firmeza ali.
Estamos em pé, no meio do jardim da casa de Yan e Marry, meus avós.
— Não foi de propósito — admito. — Eu só... desejei não ser atingido.
— A magia sempre responde a um desejo, mesmo que inconsciente. — Ela dá alguns passos em minha direção, e os brincos de pequenas pedras enfileiradas que usa balançam com o movimento. — Mas agora precisamos ensiná-la a obedecer ordens, e não impulsos.
Assinto, mantendo o olhar firme. Já enfrentei desafios maiores em toda a minha tragetória até aqu