No caminho para o apartamento de Melissa, o rádio tocava músicas antigas que elas costumavam ouvir juntas. Helena cantava desafinada, como sempre. E Melissa a acompanhava, rindo. Era leve. Era familiar. Era como voltar para casa depois de ter se perdido por muito tempo.
Chegando ao prédio, Helena olhou ao redor, avaliando tudo.
— Nada mudou por aqui — comentou, entrando no elevador.
— Eu mudei — Melissa respondeu, sorrindo de lado.
Helena a encarou com carinho.
— Isso é bom.
No apartamento, deixaram as coisas de Helena no quarto de hóspedes. Conversaram mais um pouco, deitadas na cama, lembrando histórias da adolescência, dos antigos amores, das burradas épicas.
— Agora estou me dando conta de que você não quis conhecer o David. Não pediu nem para ver foto.
— Eu o conheço — Helena respondeu com naturalidade.
— Você o conhece? — Melissa olhou para a amiga, surpresa.
— Claro que conheço. Sabe que moro aqui desde a adolescência, né? São de uma família muito conhecida daqui de Cu