46. Meu Pecado

Rubi

O carro ainda nem saiu do estacionamento e eu já não sei mais quem está dirigindo: se é o Riuk ou o lobo dele.

A mão direita dele segura o volante com tanta força que os nós dos dedos estão brancos. A esquerda… a esquerda está na minha coxa, alta demais pra ser inocente, baixa demais pra ser sacanagem declarada. Só que os dedos dele tremem. Tremem de verdade. Como se ele estivesse segurando o mundo inteiro ali.

Eu respiro fundo e o cheiro dele me invade: couro, medeira e algo doce que é só dele. Meu corpo inteiro responde antes da minha cabeça. Minhas coxas se apertam sozinhas, procurando pressão, procurando ele.

“Rubi…” A voz sai arrastada, quase um aviso. “Se você continuar me olhando assim, eu paro esse carro no meio da rua e te como no banco de trás.”

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