118. Uma valsa
Eron
A festa explodiu assim que terminou a cerimônia.
Mesas longas cheias de carne assada, vinho da matilha, música alta misturando violinos antigos com batidas que fazem o chão tremer. Filhotes correndo entre as pernas, lobos mais velhos brindando com copos erguidos, risadas ecoando pela clareira inteira.
Eu deveria estar leve. Deveria estar só curtindo.
Mas não estou.
Lá no canto, perto da mesa de bebidas, quatro figuras que eu conheço muito bem. Os pais dos lobos que Riuk e eu matamos. Os alfas que querem nossa cabeça por dar seus filhos como exemplos. Olhos frios, posturas rígidas. Eles não vieram pra festejar. Vieram pra lembrar que a dívida ainda está aberta. O duelo é na semana que vem, mas eles não perdem chance de cutucar.
Um deles, o Alfa Gregor, ergue o copo na minha direção com um sorriso que não chega nos olhos.
“Parabéns pelo casamento, Eron. Que a Deusa abençoe sua união… por quanto tempo durar.”
Os dois ao lado dele riem baixo. Predadores esperando o momento certo.
Me