Quando a outra pessoa ouviu isso, ficou ainda mais irritada. De repente, se sentou e levantou o braço em direção a Patrícia.— Por que está chorando? Você arruinou meu humor com essas lágrimas!Ele estava querendo bater nela? Embora estivesse machucado, a outra pessoa era um homem! — Pare! Karina entrou rapidamente, segurou Patrícia e a puxou para longe dela. Olhou com raiva para o homem.— Como você se atreve a bater em alguém?— Mais uma? — O homem zombou. — E daí se eu bater em alguém? O Sr. Paulo pode me bater, mas eu não posso bater na irmã dele? Eu não só vou bater nela, como vou bater em você também!E, dizendo isso, levantou a mão.— Vamos ver se você tem coragem de bater! De repente, uma sombra correu até a beira da cama, agarrando o ombro do homem com rapidez.Ele gritou de dor:— Ai!Karina piscou, surpresa:— Bruno?— Karina. — Bruno sorriu e acenou com a cabeça para ela. — Não se preocupe, o seu segundo irmão me pediu para te proteger!Bruno fez um movimento firme e, s
Quando Karina abriu a porta e viu Ademir, ficou paralisada por um momento.Era ele.Que coincidência, ele veio por conta própria hoje.— Karina.Ademir não se apressou em entregar a marmita, e com os olhos profundos, olhou para ela com seriedade.Era como se um gato tivesse avistado um peixe...— A neve está muito forte hoje.— Sim. — Karina respondeu um pouco devagar, assentindo. — Daqui a pouco, quando sair, dirija com cuidado...— Tá bom.Ademir ainda não havia entregado a ela a marmita, mas deu a volta nela, caminhando diretamente para dentro.Parou diante do armário de sapatos, ficou ali por um segundo.Então, perguntou:— Meus chinelos ainda estão aqui?Karina não sabia como responder, na verdade, os chinelos dele já não estavam mais ali.— Entendi. — Ademir deu um sorriso de canto e, tirando os sapatos, foi caminhando com as meias para dentro. — Estão pesados, vou colocar tudo no lugar e já vou embora.— Ah, obrigada.Karina o seguiu para dentro, observando ele tirar todos os pr
Dizendo isso, ela já havia pegado um pedaço de carne, pronta para colocá-lo em seu prato. Mas, para sua surpresa, Ademir abriu a boca para ela. O significado era claro: ele queria que Karina o alimentasse diretamente. Karina hesitou. Ela tinha algo a pedir a ele e queria agradá-lo. Mas alimentá-lo assim era um pouco... — Vamos, logo. — Ademir apressou ela, sem perceber o desconforto da mulher. — Minha boca já está cansada. Você realmente quer que eu coma ou não?Karina então colocou a carne em sua boca. Ademir fechou os olhos em satisfação, com os cantos dos olhos e as sobrancelhas sorrindo. — Está delicioso.Karina sorriu sem entusiasmo, querendo falar sobre Paulo, mas não conseguia encontrar as palavras.Logo, a refeição estava quase no fim. Ademir largou o prato e disse:— Estou cheio...Ele ia embora? Mas ela ainda não tinha falado nada.— Beba uma tigela de sopa. — Karina pegou seu prato e serviu-lhe uma sopa. — A sopa que Wanessa fez é deliciosa.— Sim. — Ademir sorriu. — W
Ao ver Karina tão chateada, Ademir suspirou profundamente. Ele não havia feito nada, mas parecia que tinha acabado de prejudicá-la.— Você já entendeu, não é? — Ademir suspirou novamente, claramente frustrado. — Você, Karina, ainda não entendeu nada.Karina de repente ergueu a cabeça, confusa. O que isso significava?— Karina, eu vou ajudar. — Ademir, sem paciência, interrompeu seus pensamentos. Seu tom era de uma rendição resignada. — Eu só preciso que você entenda uma coisa: embora pareça que para mim seja fácil, na verdade, a energia que foi necessária para fazer isso não foi nada pouca. Eu não estou fazendo isso por ele, Karina. Se não fosse por você, eu não teria nem me envolvido. Entendeu?Ele disse tudo de maneira tão direta que, se ela ainda não entendesse, seria tolice.Karina concordou com a cabeça, agradecida.— Eu sei, me desculpe por te dar tanto trabalho, mas eu...Ela não podia simplesmente ignorar a situação.Se Paulo fosse preso por causa disso, como Patrícia ficaria?
O quê? Filipe não acreditava: — Como assim, é impossível! — O que tem de impossível nisso? — Patrícia olhou ele com um olhar penetrante. — Será que na Cidade J só você, Sr. Pinto, é a pessoa capaz? Não estou pedindo a sua ajuda, eu tenho quem me ajude! Quem poderia ajudá-la, claro, era Karina. — Não vá embora! — Filipe agarrou com força o pulso de Patrícia, demonstrando raiva. — Quem? Quem é essa pessoa capaz? O Simão? Impossível que seja ele! A família Nogueira, no círculo de nobres da Cidade J, não estava entre as mais influentes. Além disso, ele havia dado instruções claras ao irmão de que Paulo deveria ouvir a opinião de Filipe sobre o assunto! O irmão de Filipe sempre foi muito bom com ele, nunca falaria uma coisa e faria outra. — Como não seria possível? — Patrícia, já irritada com a atitude arrogante dele, continuou: — O que tem o Simão? Por que você o despreza tanto? Ele é bonito, inteligente, tem boa família! Em tudo ele é melhor que você! Após essas palavr
Dois sons aos ouvidos. Um era de Patrícia, o outro de Ademir. “Já chegaram? O dia amanheceu?”Karina franziu a testa, abriu os olhos cansada, o sono ainda não havia se dissipado, e sua consciência estava confusa quando disse, com dificuldade: — Patrícia, você chegou, por que não acendeu a luz? Acenda a luz, está muito escuro, não dá para ver nada. Ao ouvir isso, Ademir e Patrícia ficaram surpresos. Patrícia levantou os olhos e olhou para Ademir, espantada, sem saber o que dizer. O que estava acontecendo com Karina? A luz não estava acesa? Além disso, a luz da neve lá fora iluminava tudo, estava tão claro. E ela estava dizendo que estava escuro... E Ademir estava ainda mais assustado, seu semblante mudou, mas ele se esforçou para manter a calma e se abaixou na frente de Karina. Levantou a mão e agitou diante dos olhos dela: — Karina? O que aconteceu com ela? Não pode estar assustando Ademir assim. Karina inicialmente achou que estava tudo escuro à sua frente e se
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a