Capítulo 117

Na manhã seguinte, acordei com um silêncio diferente na casa. Não era vazio, era cheio. Um silêncio denso, de coisas por vir.

Fiquei alguns minutos observando a luz entrar pelas frestas da janela. Aquela luz amarelada, morna, como as que aparecem só quando a gente decide prestar atenção. Niyati já estava acordada, sentada no tapete da sala, criando mais um universo com seus lápis de cor. Ela falava baixinho com seus desenhos, como se narrasse uma história só para os personagens dela ouvirem.

O desenho de Rafael ainda estava ali. Ela havia colorido os óculos dele de azul, o mesmo azul do lenço que Bennet usava às vezes.

Era como se ela tivesse entendido, de um jeito que eu ainda não, que o novo não precisava apagar o antigo.

Fui para a cozinha fazer café. A chaleira assobiou e, com ela, vieram lembranças de outra manhã, outra vida. Bennet rindo de alguma coisa boba, Niyati subindo no banco para alcançar a torrada, e eu… eu distraída, feliz e inconsciente da felicidade que carregava.

Ch
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App