Clara Dal Moretti
Meu mundo era feito de código. Linhas verdes e brancas de dados fluindo por telas pretas em meu apartamento seguro em Londres, que eu havia transformado em um centro de comando pessoal. Eu não estava em Mônaco, mas eu via tudo. Eu era o olho de Deus, um deus digital que, no final, se provou impotente.
Eu senti o momento em que a operação deu certo. O dispositivo do agente do Sheik se conectou, e as portas para o sistema do Le Dragon d'Or se abriram para mim. Foi uma onda de adrenalina pura. Eu estava dentro. Comecei a copiar arquivos, a quebrar criptografias, a devorar os segredos de Monsieur Dubois.
Foi então que ouvi o grito de Wei pelo comunicador. —*Siena, saia!*
Meu sangue gelou. Minhas mãos congelaram sobre o teclado. Eu alternava freneticamente entre os feeds das câmeras de segurança que eu havia hackeado. Vi o caos. Vi o guarda-costas se aproximando. E então, meu acesso foi cortado. Alguém no cassino, em meio ao pânico, deve ter desligado a energia do servido