Siena Dal
O beijo no jardim curou as feridas abertas, mas acendeu um fogo diferente. Uma necessidade crua, desesperada, de reafirmar nossa conexão da maneira mais primitiva. Cada segundo que passávamos ali fora, expostos, era um risco.
—Vem—, sussurrei, puxando a mão dele. —Ninguém pode te ver.
Navegamos de volta para o hotel como dois fantasmas. Ele manteve uma distância discreta, a cabeça baixa, o Sr. Wang anônimo. Usei a entrada de serviço, meu cartão de acesso me dando passagem pelos corredores silenciosos. A cada passo, a tensão aumentava, a antecipação era uma corrente elétrica entre nós.
Assim que a porta da minha suíte se fechou, o disfarce caiu.
Eu me virei e o empurrei contra a porta, minhas mãos arrancando os óculos de seu rosto, jogando-os no chão. Eu precisava ver seus olhos. Precisava vê-lo.
—Senti sua falta—, eu disse, a voz um rosnado baixo, e o beijei com toda a fome, a frustração e a saudade acumuladas.
Foi um beijo selvagem, uma batalha de línguas e dentes. Não havi