Li Wei

Londres me recebeu com um céu cinzento e uma agenda implacável. Cada minuto do meu dia era meticulosamente planejado: reuniões de controle de danos com produtores de cinema, jantares forçados com executivos de marcas de luxo, sessões de fotos onde eu tinha que sorrir como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo. Eu era, mais uma vez, Li Wei, o produto. O ídolo impecável. E era a atuação mais exaustiva da minha vida.

Em público, eu era a personificação do controle. Respondia a perguntas sobre meu 'hiato inesperado' com desculpas bem ensaiadas sobre 'esgotamento' e a 'necessidade de recarregar as energias'. Falava sobre meu próximo filme com um entusiasmo fabricado. Mas por dentro, eu estava em um estado de alerta constante. Cada rosto na multidão era uma ameaça em potencial. Cada toque de um fã, por mais inocente que fosse, me fazia enrijecer.

O verdadeiro inferno começava quando eu voltava para a minha suíte de hotel à noite. A porta se fechava e o silêncio era um ataque.