Bianca entrou no quarto correndo, apressada.
Usava o uniforme escolar certinho, do jeito que a mãe mandava. Desde que Joana passou a cuidar mais de perto dela, Bianca tinha deixado pra trás boa parte dos comportamentos problemáticos.
Pelo menos, o rótulo de “louquinha carente” já não colava mais.
Ela se jogou nos braços de Gustavo sem pensar duas vezes e as lágrimas, que até então estavam represadas, vieram com tudo.
— Bianca, quem foi que te fez chorar assim? — Gustavo a deixou abraçá-lo sem dizer nada. Bianca era sua única irmã, desde pequena, ele sempre a tratou como uma princesa. Nunca a viu tão abatida, nunca tinha visto chorar daquele jeito. — Fala pra mim. Me diz quem foi. Eu resolvo isso agora.
Com alguém ali pra ampará-la, Bianca chorava ainda mais forte. Parecia que queria, de uma vez por todas, desabafar tudo o que vinha engolindo nesses anos.
O cuidador, percebendo o momento íntimo entre os dois, saiu discretamente do quarto, deixando o espaço só para eles.
Por um tempo, a