— Você só pode estar brincando — murmurei baixinho, dando uma volta no lugar e tentando acalmar os nervos que pareciam à beira de um colapso. A cena que acabara de acontecer era simplesmente surreal demais para eu processar.
— Ayla, essa é minha filha, Amélie. Amélie, essa é Ayla, uma amiga do papai — ouvi Nicolas dizer, como se estivesse tentando colocar alguma normalidade no caos que eu sabia que estava prestes a explodir.
Olhei para Amélie, que me analisava com uma expressão curiosa, como se tentasse entender o que exatamente uma “amiga” estava fazendo beijando seu pai daquele jeito. A garota, no entanto, acenou para mim de maneira fofa, quase inocente. Respondi com um sorriso meio nervoso, mas sincero. Não era culpa dela estar ali no meio de tudo isso.
— E essa — continuou Nicolas, como se nada tivesse acontecido — é a senhorita Lacerda, professora de balé da minha filha e da minha sobrinha.
Foi como um soco no estômago. Minha mente foi transportada instantaneamente para o que Cam