Capitulo 2

Sentamos perto de uma fonte de pedras cinzentas. O lugar estava cheio de luzes por todos os lugares, algumas pessoas caminhavam distraídas por perto, evitei levantar o rosto. Bah olhava-me aflita, e apesar do vestido longo verde musgo e a maquiagem bem trabalhada haviam pequenas rugas de preocupação no seu rosto delicado. — Bih... o que houve? — Secou uma lágrima.

Cobri a boca um pouco tremula — eu não posso fazer isso... — os meus olhos ardiam. - Eu não consigo fingir... quando ele me toca eu lembro de tudo o que ouvi naquela m*****a noite... — funguei na mão. — Eu tenho nojo de mim mesma... estou me vendendo como... como uma Grhhh... — Gemi enterrando os dedos na cabeça.

Bah abraçou-me tentando me acalmar. — Bih... olha pra mim. — Pôs o meu rosto entre a suas mãos macias. — Presta atenção está bom?... vamos lá, você assinou um contrato prévio. — Me preparei para contestar, mas bah era bem convincente. — Fica quieta e deixa-me falar! Agora... assinou um contrato prévio, eu sei que estava triste e não pensou muito bem na hora, mas você assinou. Sabe que a anulação iria causar um escândalo envolvendo os nomes de vocês dois, e isso não é bom pra você nem para o Igor. E por mais que eu queira muito que aquele idiot* se ferre, NO momento isso não pode acontecer... — funguei ouvindo tudo. — Se ele afundar, você também afunda. — Barbara tentava ao máximo ser gentil. — Amiga Sabe que eu te amo, eu quero o melhor para você, e por mim você nunca iria ficar com ele. Não nessas circunstâncias —

a encarei assustada, o que queria dizer com," não nessas circunstâncias? "

— mas... pensa pelo lado bom, o contrato será só por um ano... quando notar isso já vai ter terminado e vai poder cuidar da fazenda e sei lá... abrir o haras que quisemos sempre. — Bati os calcanhares levemente, bah tinha razão. Não era por mim, era pelo papai e pela mamãe. — Bih, eu te amo... e sei como deve estar se sentindo. — Suspirou olhando por cima do ombro. — Sabe que pode contar comigo para tudo... ok? — sorri em silêncio.

A abracei sentindo o seu perfume delicado de lavanda. — Também te amo... — sorri de olhos fechados.

— Bianca...— abri os olhos me pondo de pé. Igor estava a poucos metros, as mãos no bolso da calça social o faziam ficar maior. Olhei para bah que se levantava erguendo a barra do vestido voltando para o salão.

— Qualquer coisa grita...— passou por mim e bateu levemente no ombro dele ao passar perto.

O olhei por alguns segundos e voltei a sentar-me no banco de costas para a sua pessoa. Logo senti o seu corpo tocar o meu, fechei os olhos ao notar que ele havia sentado do meu lado. Cruzei os braços tentando não chorar outra vez, funguei na mão e ele riu olhando a fonte.

— Sabe, eu vou fazer 30 daqui a alguns dias... — riu.

Me mantive quieta. Queria Saber aonde ele queria chegar com esse assunto.

Notei que ao fundo um jazz tocava, deixando os meus nervos mais tranquilos.

— A minha mãe dizia pra mim todos os natais. " você precisa se casar! Daqui a alguns anos terá 30, e estará sozinho! ". — O olhei quieta. — Eu sempre acreditei que ela estava exagerando..., mas hoje eu vejo que estava certa, vou fazer 30 anos... e não tenho uma família. — Suspirou e depois riu — só não acreditei que seria assim... — Olhou para os pés — olha, eu sei... que está assustada, que tudo isso e demais pra você. — O olhei e ele estava com os olhos irritados e vermelhos. — Eu sei que não é como planejou ou como sonhou que iria se casar, mas prometo fazer desse ano o melhor que puder.— Pisquei ainda sensível.

— porque me fez vir aqui? — foquei nos meus sapatos. — Sabe como eu me senti quando vi o meu rosto estampado em uma revista de fofoca? — seu suspiro pareceu pesado. — Não tem nem um mês que assinei aquele contrato prévio e até o meu padeiro sabe que sou sua noiva... — o olhei séria. 

Soltou um logo suspiro — eu sinto muito. — Igor piscava os olhos insistentemente. — Prometo que a cerimônia será apenas no civil e com a presença das pessoas que você desejar. — Seus olhos estavam vermelhos. — De lá vamos direto para o... — Inclinei a cabeça. 

— Os seus olhos estão irritados? — aproximei-me.

Ele piscou lacrimejando um pouco. — Estou bem... — ergui uma sobrancelha sugestiva. Ele riu — julgo que não consigo mais usar as lentes de contato... — sorriu constrangido. Suspirei o olhando. — Bianca, vamos nós casar. Sei que não seremos como marido e mulher, mas não quero esse peso entre nós... se vamos passar um ano juntos, vamos ser bons amigos. — Coçou um olho avermelhado.

Franzi o cenho. — Eu concordo...— falei compassadamente — olha... porque não tirar essa coisa de uma vez? — Igor bodejou inquieto.

— Meus olhos ardem...— gemeu lacrimejando. — Me ajuda...,acho que a poeira as irritou.— coçou os olhos.

Segurei a sua mão o guiando para banheiro vazio. — Vem... preciso de luz. — Andei a sua frente um pouco sem jeito.

sentia minhas mãos tremendo.

Que os céus me ajudassem.

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