Isabel ficou sem palavras. Hugo raramente falava alto com ela, mas quando se tratava de José, ele sempre perdia a calma.
José franziu as sobrancelhas e, em um tom baixo, disse:
- É culpa minha, não culpe ela.
- Claro que é sua culpa! Minha filha tão boa se casou com você, foi injusto para você? - Hugo olhou para José, cheio de recriminação.
José olhou para Isabel, seus olhos negros cheios de emoções confusas. Isabel segurou o braço de Hugo, evitando o olhar de José, sinalizando para que Hugo parasse de repreendê-lo.
A movimentação no hospital era intensa. Afinal, José era o presidente do Grupo Silva, uma figura importante na Cidade A. Ser repreendido assim por Hugo não era bom para sua imagem.
Hugo, irritado, exclamou:
- Mesmo agora, você ainda o defende! Esqueceu a dor que ele te causou? Você quase perdeu sua vida...
Antes que Hugo pudesse terminar, Isabel o interrompeu:
- Já chega, papai!
As palavras de Hugo cessaram abruptamente. José olhou para os dois, seus olhos se estreitaram.
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