- Vamos para casa. – Cíntia pediu.

- Jarvis, gravar novo ponto no mapa. – Eu falei.

- Endereço? – Jarvis perguntou.

Eu falei o endereço e o numero do prédio.

- Guardado, deseja ir ao novo destino agora? – Jarvis perguntou.

- Sim. – Respondi.

Eu guiei de volta para o prédio, guardei o carro na garagem, Cíntia e eu subimos para comer nosso lanche.

- Que... Delicia. – Eu disse devorando meu Hambúrguer.

- Verdade, faz tempo que não como um desses. – Cíntia concordou.

- Coitada da Isa, está lá estudando e nós aqui comendo essas delicias. – Falei.

Cíntia riu, depois de terminarmos eu fui assistir TV, e Cíntia foi para o Notebook.

- Cíntia anota aí, preciso comprar um Xbox360. – Eu disse a ela.

- Claro, outro dia você compra. – Ela disse.

- Sabe às vezes eu penso que estamos nos aproveitando da riqueza de nossos pais... – Eu disse para Cíntia.

Ela se virou e olhou para mim, ficamos em silencio por alguns segundos.

- Nha, claro que não! – Dissemos em uníssono.

Eu voltei para a TV, a ESPN anunciava o campeonato Inglês de futebol.

- Qual era o melhor time de New York mesmo? – Perguntei.

- Yankees. – Cíntia respondeu.

- Hum, vou pesquisar sobre eles depois. – Falei.

Eu mofei a tarde inteira no apartamento, até chegar 17:30h.

- Vou buscar a Isa, volto logo. – Falei para Cíntia.

Eu peguei o Camaro e fui direto para a faculdade, estacionei na frente dela e saí, encostei-me à porta do banco do carona, que ficava de frente para a entrada do prédio, a maioria dos e principalmente DAS estudantes olhavam para mim e para o carro, eu quase dizia “Que foi? Nunca viram um carro?”, Isa chegou um tempo depois com algumas amigas.

- Oi K. – Ela disse vindo à minha direção, ela me abraçou e depois se virou para as amigas.

- Garotas, esse é o Kayque, meu melhor amigo, veio da Inglaterra ontem. – Ela me apresentou.

- Oi. – Elas disseram juntas, algumas delas bonitas, mas Isa ainda ganhava, e outras... Bem é só pensar em uma nerd alta, magra, de aparelho e óculos fundo de garrafa.

- E esse é o Camaro novinho que ele comprou. – Isa disse abraçando o meu carro. – E fiquem tranquilas, vocês vão VER o carro e o meu amigo todo dia, beijos lindas, até amanha. – Ela disse entrando no carro.

As amigas delas não tiraram os olhos de mim enquanto eu não entrei no carro, depois que fechei a porta e dei a partida olhei para Isa.

- Você é má. – Falei.

- Olha só isso. – Ela disse abriu a janela. – Chorem pegando o ônibus pra casa meninas! – Ela disse botando a cabeça para fora.

Depois que voltou para dentro eu comecei a andar.

- Você não presta, não se faz isso com as amigas. – Eu falei.

- Amigas? Querido aquelas coisas são só colegas de classe, e a maioria só anda comigo por que sou a mais inteligente.

- “Aquelas coisas” é assim que você as chama? – Eu perguntei.

- É claro, eu só quero que elas saiam da minha cola, detesto ajudar gente falsa. – Ela disse. – De amiga só tenho o sua irmã.

- E de amigos? – Perguntei.

Ela hesitou.

- Tem você e o Ian. – Ela disse, em voz baixa o segundo nome.

- E quem? – Eu perguntei.

- Ian, é um garoto que estuda comigo, ele geralmente me da uma carona, mas hoje ele não veio, ele é muito legal.

- Certo, você está apaixonada por ele. – Falei.

- O que? Mas é claro que...

- Sim, Isa francamente o único cara que você diz que é muito legal até hoje sou eu, e você só não está apaixonada por mim por que cresceu junto comigo. – Falei.

- Se eu não tivesse te conhecido nunca me apaixonaria por você, por que você é do tipo que se faz de galã, e eu não ligo para isso, o Ian é um cara simples, com um carro simples e vida simples, mas antes era ricaço, só que nunca ligou para o dinheiro dos pais dele, sempre ganhou tudo com esforço próprio. – Ela defendeu o cara.

- Ah que humilde, to com vontade de chorar. – Falei sarcástico.

- Ei, você ganhou tudo na mãozinha, inclusive esse carro, então não fale mal dele. – Isa me repreendeu.

- Ok, desculpe, mas em minha defesa eu digo, se eu escolhesse entre me ferrar pra conseguir o que quero, ou ganhar fácil, eu prefiro a segunda opção, quem nasce pra sofrer é inseto. – Falei.

Chegamos em casa e eu fui para o meu AP, e Isa foi para o dela, eu tomei banho e me arrumei, Isa estava no sofá do meu AP quando saí do banheiro.

- O que foi? A bateria da charrete do seu príncipe humilde morreu e ele quer uma chupeta do meu Camaro? – Perguntei.

- Vai pro inferno, eu só fiquei curiosa com quem você vai sair... – Isa me disse.

- Eu não a conheço muito bem... Ela só me chamou... – Eu disse desconfortável.

- Tudo bem, eu vou indo. – Isa disse, ela me beijou no rosto e saiu.

- Quem é a garota? – Cíntia perguntou depois que a Isa saiu.

- Eu já disse que não sei. – Falei evitando contato visual.

Cíntia olhou para mim.

- Eu sou formada em psicologia, não minta pra mim. – Ela disse séria.

- Certo, é a Pamela. – Eu falei.

- O que? Você viu como a Isa reagiu quando ela te deu o telefone dela no restaurante? – Cíntia perguntou.

- Isso não importa mais, preciso ir busca-la. – Volto mais tarde.

Eu peguei o carro e fui buscar Pamela, cheguei na casa dela e ela já me esperava, ela entrou no carro e me deu um beijo no rosto.

- Uau! Que carrão. – Ela disse.

- Obrigado. – Eu agradeci o elogio.

- Para onde vamos? – Ela perguntou.

- Para a cafeteria Starbucks mais próxima. – Eu disse. – Entendeu Jarvis?

- Sim senhor. – Jarvis respondeu.

Eu guiei o carro até lá, depois de estacionar eu fui em direção à cafeteria, e o inesperado aconteceu, bem na entrada encontramos o único casal que eu queria evitar, Isa e Ian. A expressão no rosto de Isa era impagável, a minha também.