Sara foi lançada de lado, sem a força destrutiva e dor que imaginou. Fora a sensação de pequenos espetos na pele, a queda foi suave, quase como cair em um colchão de folhas.
Confusa e com o coração acelerado pelo medo, abriu os olhos e deu-se conta que foi exatamente nesse lugar que caiu, em folhas e flores azuis.
Ao longe se ouvia o som alto e cortante de uma freada.
Ergueu-se desajeitadamente do canteiro de miosótis da fachada e, alerta a confusão ao seu redor, afastou com as mãos a sujeira, folhas e pétalas grudadas em seu uniforme.
Funcionários do hospital e alguns pedestres se amontoavam em dois lugares, um grupo cercava o veículo que quase a atropelou, outro estava em volta de algo a poucos metros de onde o carro parou. Vozes exaltadas se erguiam do segundo ponto, entre elas uma pedindo uma maca e alguém gritando que havia um ferido necessitando de socorro urgente.
— Está bem Senhora Montenegro? — Natali, enfermeira da ala de cirurgia, perguntou ao aproximar-se dela. — Machu