Ainda assim vovó nunca me disse o nome dele. E creio que fosse exatamente por medo que eu fizesse o que estava fazendo naquele momento: tentando descobrir quem ele era. Para poder entender o que tinha acontecido e se fosse o caso, fazê-lo pagar pela dor que minha mãe passou e o luto da minha vida inteira, por ter crescido sem meus pais.
Quando parei o carro na calçada de casa, ajeitando sua frente para entrar na garagem, avistei Clara sentada no chão, na calçada, de frente para o portão.
Desliguei o automóvel e corri na direção dela, que estava com a cabeça baixa. Percebi que tinha a mochila nas costas. Mas já era final de tarde. Então ela não havia ido para a escola?
Assim que me viu ela levantou o rosto e percebi seus olhos vermelhos e inchados. Nitidamente havia chorado. E aquilo fez com que meu coração acelerasse e um frio percorresse meu estômago.
Peguei suas mãos e a ajudei a levantar-se. Clara me abraçou, sem dizer nada. Deixei que suas lágrimas molhassem minha camiseta e alis