Seis meses depois...
Murat
O cliente sorri satisfeito ao passar os dedos pela cristaleira.
—Vou levar—ele diz sem nem ao menos perguntar o preço. —Há muito tempo tenho procurado por essa peça.
—Ótimo, fico feliz de tê-la encontrado aqui—digo enquanto preencho a nota para ele. —Suba até o escritório e acerte com minha esposa. Aproveita e passa seu endereço para a entrega.
—Está certo.
O sino da porta de entrada soa e eu me preparo para mais um cliente. Quando me volto para ele vejo a figura de meu pai.
Meu coração se agita e eu fico estacado olhando para ele.
—É assim que recebe seus clientes? —Ele me questiona. —Os deixa plantados esperando ser atendidos?
—Ba... —quase o chamo de pai em turco, mas na última hora suprimo as palavras. —Ahmed, o que faz aqui?
Meu pai estremece.
—Sua loja é como sua mãe descreveu. Muito bem organizada. Não fica aquela impressão de móveis acumulados. Você fez vários ambientes.
—Sim. Sempre notei nessas lojas que íamos certa desorganização —digo. —Resolvi i