Beatriz olhou profundamente para o homem na cama de hospital, sem um pingo de compaixão, mesmo diante de seu estado atual.
Seu único gesto de bondade era controlar-se para não proferir palavras de maldição, deixando tudo nas mãos do destino.
Mas se tinha que contar o passado com grande emoção para despertá-lo, ela sentia repulsa só de pensar.
— Afonso. — Sua mão passou suavemente sobre a máscara de oxigênio dele. — Se você realmente não acordar, não se preocupe, vou cuidar bem da sua avó. Vou substituí-lo e cuidar dela até o fim.
Ela olhou para ele de cima, sem um traço de ternura no olhar.
Ela já havia dito tudo o que precisava, e já estava ali há quase meia hora, mas nada tinha mudado.
Ela saiu do quarto.
— Vovó, desculpe, eu falei muito sobre o passado com ele, mas ele ainda assim não...
Ela fingiu estar triste, mas não esperava que o médico entrasse para verificar e saísse animado: — Sr. Silva, o Sr. Silva acordou!
Beatriz ficou boquiaberta, seria possível?
Ela arregalou os olhos,