Sua voz rouca soou, seus olhos escuros fixos nela com uma intensidade que fervilhava de desejo. Ela se perguntava se ele a consumiria ali mesmo.
Afinal, ela sabia demais, não havia mais razão para disfarces.
— Não... não vou fugir.
Ela era pragmática, mas apenas palavras. Ela ainda poderia tentar outra vez. Ela não poderia deixá-lo ir para a prisão, mas também não podia conviver sob o mesmo teto que um agressor.
Se ela tolerasse isso, ainda teria alguma dignidade ou consciência?
Ela tentou se convencer de que, dada a situação desesperadora e o fato de ter sido drogada, era melhor que fosse Daniel e não outro. Compreender é uma coisa, mas ela jamais poderia perdoar as ações de Daniel.
Ela era a vítima! Ela não poderia se solidarizar com os outros!
— Você tem medo de mim? — ele perguntou, olhando profundamente para ela. — Medo de quê? Medo de que eu te devore? Fique tranquila, se você não estiver disposta, eu não vou tocar em você.
— Daniel, você agora se fazendo de bom moço, não acha is