Sua voz era rouca e grave, como o timbre profundo de um violoncelo.
Beatriz se apressou em voltar a si: — É só... só acho que o design é bonito, nada demais. —
Ela rapidamente virou a página.
— Estou um pouco cansado. — Daniel, então, envolveu sua cintura com os braços, depositando grande parte do seu peso sobre as costas dela. — Vou me recostar em você e tirar um cochilo.
Dito isso, ele realmente adormeceu.
Beatriz não ousava se mover, como se Daniel tivesse abraçado um grande travesseiro. O tempo passava lentamente, e ela começou a sentir as costas e a cintura doloridas, mas ainda assim não se mexia.
Daniel, um tanto resignado, pensou que ela estava sendo excessivamente comportada. Afinal, ela costumava ser uma garota bastante ousada, e agora estava tão mansa quanto um gatinho.
— Cansada?
— Você acordou?
— Sim. — Sua voz soava preguiçosamente.
— Suas orelhas estão tão vermelhas. — Daniel brincou, mordiscando levemente: — Parecem cerejas vermelhas em uma árvore, dá vontade de comer.
B