— Não se preocupe, eu não vou contar a ela.
— Mano, vamos embora, antes que a cunhada perceba. — Bruna puxava Daniel para fora, falando sem parar. — Quando uma garota fica doente, ela se sente frágil e magoada, Afonso esteve com ela por três anos, é claro que há memórias que não se apagam facilmente, procurá-lo logo que ficou doente é compreensível...
— Ela procurou o Afonso primeiro? — Daniel parou, sua voz fria.
— Parece que quando o médico estava verificando a ferida, estava um pouco aberta, e doía muito. Ela queria te ligar, mas acabou ligando para o Afonso sem querer.
Bruna mentia sem piscar ou fazer movimentos desnecessários, e Daniel a olhava profundamente. Ele também havia estudado análise de microexpressões, e naquele momento, o olhar de Bruna era sincero e puro, sem vestígios de falsidade. Era difícil para Daniel não acreditar.
Bruna tinha razão, não é fácil esquecer um relacionamento de três anos.
Beatriz sempre foi orgulhosa, recusando-se a ceder perante Afonso, mas agora,