Aidan
O som da festa ecoa até aqui, uma batida distante que martela meus ouvidos como um insulto. Riso, música, aplauso. Tudo fica mais nítido quando fecho os olhos, como se meu cérebro estivesse determinado a me lembrar: eles estão lá, felizes, enquanto você está aqui, afundando na sua desgraça.
O quarto que tenho na fazenda é espaçoso, mobiliado com um luxo rústico que sempre me pareceu falso. Madeira escura, quadros de cavalos, fotos de família... De uma família que repetitivamente me desrespeita e desvaloriza.
Assim como a porra desse evento.
Meu punho encontra a parede. A dor explode no meu pulso, mas é bem-vinda. A madeira cede com um baque surdo, deixando uma cratera.
— Merda...
O espelho acima da cama é meu próximo alvo. O primeiro soco não quebra, apenas embaça a superfície com uma teia de rachaduras. O segundo faz estilhaços voarem, cortando meus nós dos dedos. Sangue escorre, vermelho vivo contra a pele pálida.
Bom.
Pego a garrafa de whisky vazia do chão e arremesso contra