Alexander Narrando
Acordei com uma sensação estranha de calma. O quarto estava silencioso, só o som suave do vento batendo nas janelas. Norah estava sentada ao lado, mexendo no celular, concentrada. Quando percebeu que eu estava acordado, levantou o olhar e sorriu daquele jeito sereno que, ultimamente, vinha me deixando confuso.
— Acordou, rabugento — disse ela, se aproximando. — Como tá se sentindo?
A voz dela soava leve, diferente. Toquei a testa com a própria mão, ainda meio grogue, e notei que o calor tinha sumido.
— Melhor, acho — respondi rouco. — Dormi muito?
— Quase o dia todo. E ainda vai dormir mais, respondeu com aquele ar mandão. — Hoje não tem sessão, o máximo que vamos fazer é um exercício de respiração. O corpo precisa descansar.
Suspirei, aceitando, porque, sinceramente, não tinha forças nem pra discutir. Ela ajeitou o travesseiro atrás de mim e me ajudou a sentar um pouco. Quando colocou a mão na minha nuca pra me apoiar, um arrepio atravessou minha espinha. O toque