Kaylan estava lá, debruçado na cadeira, os braços abertos sobre o encosto como as asas de um predador descansando. A luz do fim de tarde que sem querer focava nele fazia com que parecesse uma pintura com aquele nariz reto, a mandíbula forte que parecia talhada para o cinema, o cabelo loiro-escuro desarrumado de propósito, como se ele tivesse acabado de sair de um ensaio fotográfico para "jovem magnata desleixado".
Usava um blazer azul-marinho sobre uma camisa branca sem gravata, o primeiro botão desabotoado o suficiente para aguçar a curiosidade. Ele tinha mãos largas, dedos longos... o tipo de mãos que prometiam carinho e prazer, desde que se dobrasse a ele. E os olhos... Cinza. Não um cinza frio, forte... me lembrava uma tempestade prestes a desabar... Ou terminar.
Quando me viu, a boca dele curvou-se num quase-sorriso, os lábios levemente mais cheios no centro, como se estivess